Governo compra carnes de criadores para reduzir prejuízos da seca em Pernambuco

Criadores de cabras e ovelhas do semiárido de Pernambuco estão vendendo animais ao governo federal para tentar reduzir os prejuízos provocados pela estiagem. O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, a partir do programa de aquisição de alimentos, está doando a carne comprada para comunidades carentes.

Três pequenos criadores de Afogados da Ingazeira, localizado no Sertão do Pajeú, acompanharam a entrega. Para eles, que estavam tendo dificuldade para vender as cabras da criação, o programa do governo federal chegou em boa hora.

“Um momento muito bom pra gente. Na época da seca, da estiagem, a gente estava com dificuldade pra vender porque o atravessador estava querendo comprar com o preço lá embaixo, e na hora que a gente chegou botando lá no abatedor da Conab foi muito bom porque a gente teve um valor a mais do que a gente estava vendendo”, disse o criador José Ivo Batista.

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em parceria com o a Secretaria de Agricultura de Pernambuco, está realizando a distribuição das doações e, nesta segunda-feira (21), os alimentos chegaram ao município de Camaragibe, na Região Metropolitana do Recife. O Instituto Céu Azul, localizado no bairro do Timbi, em Camaragibe, atende mais de 300 crianças da comunidade e recebeu 200 quilos de carne de ovinos e caprinos.

Carlos Antônio da Silva, presidente do Instituto Céu Azul, contou que a comida que chegou nesta segunda-feira vai ajudar muito. “Com essa alimentação que chegou agora, vai exatamente facilitar o abastecimento da alimentação diária das crianças, de forma que isso é de fundamental importância para o andamento do nosso projeto”, falou.

O presidente nacional da Conab, Rubens Rodrigues, disse que o programa tem como meta principal ajudar os pequenos criadores do semiárido atingidos pela estiagem e os alimentos serão sempre distribuídos com instituições que atuam em comunidades carentes. “Enquanto houver a situação de estiagem no Nordeste e principalmente aqui no estado nós vamos dar continuidade a esse programa. Ele já foi estendido até 30 de junho”, afirmou o presidente do Conab.

As informações são do FarmPoint.

BB ajusta estratégia para cooperativas

Depois de encerrar agosto com desempenho recorde em sua carteira de crédito destinada às cooperativas, o Banco do Brasil decidiu criar uma gerência executiva para desenvolver ações capazes de promover um crescimento de 20% ao ano. No total, a carteira do banco para associações agropecuárias, crédito rural e transportes alcançou R$ 6,8 bilhões em agosto, índice 18,36% superior ao mesmo mês do ano passado. A previsão para o fim de 2012 é chegar a R$ 7 bilhões. O plano de dar mais ênfase às cooperativas foi idealizado pelo vice-presidente de Agronegócios e Micro e Pequenas Empresas do BB, Osmar Dias.

Por meio dessa nova gerência, o objetivo é fortalecer a integração entre as cooperativas e o Banco do Brasil, aumentando os financiamentos. “As cooperativas podem atuar como um catalisador do banco ao pegar uma linha de crédito e distribuí-la entre seus cooperados”, afirmou o gerente-executivo da Gerência de Negócios com Cooperativas (Genec), Álvaro Tosetto.

Ainda em fase de avaliação, a Genec estuda o atendimento dado pelas agências bancárias às cooperativas em todo o país. Porém, foi identificado nos primeiros levantamentos a necessidade de melhorias na utilização dos serviços do banco. “Pretendemos sair somente do crédito para caixas automáticos, cartões, seguros, entre outros. Dessa maneira, Tosetto avalia que uma cooperativa tem condições de usar mais produtos. “E fazer todas as suas transações em um só lugar, com uma só pessoa”, reforça.

Segundo o gerente, por enquanto não foi detectada a necessidade de criação de novas linhas de crédito. A ideia é trabalhar diretamente com as cooperativas mostrando como realizar projetos para liberação de financiamentos. “Na semana passada visitamos a Coopercitrus, em Bebedouro (SP), e mostramos como funciona o programa ABC – plano do governo para estimular a adoção de práticas agrícolas mais parceiras do meio ambiente. Tosetto avalia que o encontro auxiliou a cooperativa a fazer diferentes projetos para serem apresentados aos produtores.

“Uma cooperativa pode contratar um crédito para vender insumos e revendê-los para seus associados. O produtor pode se beneficiar com preços menores provenientes de uma grande compra”, explicou o executivo.

Entretanto, Tosetto compreende que é necessário o treinamento das equipes das agências para que elas ofereçam mais serviços e de forma simples. Em todo o Brasil, existem cerca de 6,5 mil cooperativas e mais de 10 milhões de cooperados, segundo dados do ano passado da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB). O BB trabalha com 598 delas, mas quer aumentar esse número nos próximos anos.

fonte: valor economico

OVINOCULTURA CONTINUA CRESCENDO EM MATO GROSSO

De acordo com o zootecnista e coordenador estadual da cadeia produtiva da ovinocaprinocultura da Secretaria de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar (Sedraf) Paulo de Tarso, o Estado tem potencial para se transformar no maior produtor do país, porém precisa vencer alguns desafios.

Entre eles a necessidade da implantação de ações voltadas ao incentivo do consumo, além de levar conhecimento ao produtor de que a atividade pode ser rentável, com o atrativo de ocupar um pequeno espaço na propriedade. O coordenador aponta como um dos principais ganhos este ano a entrada da Federação da Agricultura e Pecuária (Famato) nas atividade do setor.

O primeiro dia de campo do setor Famato em Campo reuniu aproximadamente 200 pessoas na Fazenda Herkapi, em Sorriso. O presidente da Famato, Rui Prado, ressaltou que a entidade está empenhada em incentivar outras atividades econômicas, como a produção leiteira, a ovinocultura e também a piscicultura. Prado disse ainda que Estado oferece inúmeras oportunidades para diversificar a produção e desenvolver outras cadeias produtivas com potencial, mas que ainda são consideradas pouco expressivas, como a ovinocultura.

O Estado possui um rebanho de 1,4 milhões de cabeças de ovinos, de acordo com dados do Instituto de Defesa Agropecuária do Estado Mato Grosso (Indea), e cresce a uma taxa de 27% ao ano, respondendo por cerca de 11% do rebanho nacional, que é de 17 milhões de animais. Na avaliação de Paulo de Tarso, a partir de planejamento e eficiência na criação, como pilares para a boa produção, a atividade pode ser uma alternativa para diversificar a geração de renda no campo.

A fazenda Harkapi é considerada modelo na criação de ovinos e na integração lavoura pecuária. A família Piccoli entrou na atividade em 2006 com 30 animais. Hoje são 2.500 cabeças das raças Santa Inês, Dorper, Lacaune, White Dorper e Texel que ocupam apenas 35 hectares da propriedade. Segundo o proprietário, Hernandes Piccoli, o mais interessante é mostrar que é possível criar ovinos em integração com outras culturas, como soja e milho e também a pecuária de corte ocupando áreas mais acidentadas, que não são mecanizáveis.

Paulo de Tarso destaca ainda a implementação da comercialização como outro incentivo para os produtores, que até pouco tempo não tinham onde vender sua produção. Recentemente foi dado início às obras de um frigorífico em Terra Nova do Norte – com Inspeção Federal – e ainda há dois grandes frigoríficos em Rondonópolis e outro em Alta Floresta, além de haver compradores de outros estados vindo buscar o produto em Mato Grosso. “Não podemos mais reclamar que existe só um comprador, as opções a cada dia que passa aumentam”.

As informações são do jornal A Gazeta, adaptadas pela Equipe FarmPoint.

Produção acreana foi destaque na Expoacre 2012

O excelente resultado do agronegócio na Expoacre 2012 contribuiu para que as metas propostas para o volume de negócios neste ano fosse alcançada. Os números mostram a potencialidade do evento que tem se consolidado e mantem a tradição de superar os anos anteriores. E neste ano não foi diferente, foram movimentados durante os nove dias de feira R$ 131 milhões. Dentro deste volume de negócios fechados, os leilões e os produtos agropecuários somaram R$ 27 milhões.

“O balanço é muito positivo. Mais uma vez a Expoacre mostrou sua força, sendo favorável para o setor agropecuário. Com destaque para a pecuária de corte, o leilão foi um sucesso. E desta vez foi transmitido ao vivo para o interior do Estado, o que possibilitou a participação dos produtores. As casas agropecuárias também fecharam bons negócios”, destacou o secretário de Produção, Lourival Marques.

Os programas destinados ao fomento da agricultura familiar que estão em curso pelo Governo do Estado também foram destaque durante a Expoacre. Os produtores rurais participaram ativamente da Feira, trazendo animais para exposição. Os visitantes puderam conhecer um pouco do trabalho desenvolvido em várias propriedades rurais do Estado, como a ovinocultura, suinocultura, piscicultura, dentre outros.

Na ovinocultura, por exemplo, a Seaprof deu início ao programa de incentivo, que já beneficiou 330 produtores, com a entrega de 3.290 animais. A meta é de que os selecionados, por meio de busca ativa ou através das associações de produtores, recebam oito mil animais. Já está em andamento o projeto da segunda etapa do programa de ovinocultura, que vai oferecer mais 12 mil ovelhas, beneficiando 1.500 famílias.

Os irmãos Falqueto do município de Plácido de Castro fizeram parte do grupo de expositores da Expoacre. Eles venderam todos os animais que levaram para o evento. “Criar ovelhas é oportunidade de mais uma renda. Tínhamos toda a estrutura”, explica José Carlos Armini Falqueto.

E como o objetivo era o de mostrar a produção do Estado, a piscicultura não poderia ficar de fora do conjunto de informações que estavam sendo repassadas à população. No local que chamou a atenção dos visitantes foram expostos vários tipos de peixes. O espaço institucional serviu para divulgar detalhes de um dos programas de maior alcance na área de produção. O projeto que já beneficiou diretamente mais de mil produtores, com a escavação de 1.500 tanques em diversos municípios do Estado. Até o final deste ano serão incluídos mais 500 tanques, sendo que a meta é de seis mil até 2014.

O Programa de Piscicultura tem a proposta de fomentar a atividade, de forma com que o Acre se torne referência na criação de peixes. E uma das principais metas é a implantação do Complexo Industrial de Piscicultura, em Rio Branco. Ivan Barbosa, é um dos sócios da Peixes da Amazônia S/A e expôs na Expoacre. Com experiência de vários anos na criação de peixes, ele trabalha com 80 hectares de água e tem projeto para expandir a criação para 200 hectares de lâmina d’água. “Temos estrutura para tocar nosso negócio. Este programa beneficia os grandes produtores de forma indireta e a criação do Complexo irá potencializar as atividades. Temos a meta de expandir nossa produção e alcançar o mercado internacional”, destacou o produtor.

Apoio ao setor produtivo

Durante a Expoacre o governador Tião Viana participou da solenidade de assinatura de contrato de créditos rural e empresarial entre o Banco do Brasil e produtores rurais e empresários. O Banco da Amazônia também foi responsável pela liberação de crédito para fomentar a produção rural no Estado.

Através do Plano Safra, lançado pelo governo federal, foram disponibilizados R$ 18 bilhões ao setor, os recursos devem ser destinados à investimentos e custeio para a agricultura familiar. Cabe ao governo estadual aperfeiçoar as politicas públicas com foco na organização econômica e na sustentabilidade.

“As operações de custeio e investimento do Pronaf do Plano Safra da Agricultura Familiar 2012/2013 amplia a capacidade de investimento e fortalece a agricultura familiar. A presença das instituições bancárias na Expoacre aproxima as instituições dos produtores rurais”, comentou o secretário Marques.

Estímulo à produção familiar e a preservação do meio ambiente

O programa de Melinocultura e Apicultura do Acre foi lançado durante a realização da Expoacre 2012. A proposta é consolidar mais um grande investimento no setor de produção familiar. Serão investidos R$ 6 milhões, beneficiando 5 mil produtores que terão mais uma alternativa de renda, a estimativa é de que eles possam incorporar R$ 800 por mês.

A ação é compartilhada entre a Seaprof, a Secretaria de Pequenos Negócios e a Secretaria de Desenvolvimento Florestal, da Indústria, do Comércio e dos Serviços Sustentáveis (Sedens). O programa já está em andamento e a proposta é atingir todo o Acre tendo como prioridade as famílias que vivem na zona rural, em áreas isoladas, famílias ribeirinhas, que vivem em parques ambientais e áreas de reservas.

O governador Tião Viana observou que este é um trabalho que enriquece a vida no campo. O programa torna-se mais uma fonte de renda para as famílias da zona rural. Tião declarou que a criação de abelhas gera uma oportunidade diferente por não degradar o meio ambiente e por fazer com que as abelhas contribuam com a diversidade na floresta.

Investindo na produção

O presidente da Federação da Agricultura, Assuero Veronez, declarou que o ato que marcou o lançamento deste programa revela a importância que o Governo do Estado tem dado ao setor de produção.

“Tudo que puder ser feito é válido. Essa vontade que o governador Tião Viana tem de apoiar a produção é inédita na história do Acre e espero que nós tenhamos muito sucesso com os resultados destes investimentos no setor”, comentou Veronez.

Adaptada pela Equipe Capril Virtual com informações Agência de Notícias do Acre

Estratégias de coordenação das cadeia produtiva de caprinos e ovinos foram temas do Pecnordeste

Começou hoje as atividades do XVI Seminário Nordestino de Pecuária (Pecnordeste), que congrega diversos segmentos, dentre os quais a caprinocultura e a ovinocultura. A programação de palestra do segmento foi aberta pelo pesquisador da Embrapa Caprinos e Ovinos, Juan Ferelli, que abordou as estratégias de coordenação da cadeia produtiva.

A cadeia produtiva é formada por diversos integrantes que, interligados, completam uma sucessão de fases de produção, desde a criação dos animais até a distribuição dos produtos já processados. A estratégia de organização dessa cadeia depende das características de cada mercado.

Juan explica que, hoje, no Brasil, a mais habitual é a estratégia de mercado à vista, na qual o produto é negociado diretamente em feiras. O modelo não permite o estabelecimento de preços formados a partir do custo da produção, mas sim pelos valores praticados no mercado, o que desestimula o produtor a adotar tecnologias para diferenciação do produto e aumento da produtividade. Por outro lado, é a estratégia mais barata.

Os contratos ou acordos informais são uma segunda possibilidade. Tornam-se interessantes, por exemplo, quando o produtor realiza algum investimento na criação e depende de um preço mínimo de venda para evitar prejuízos. Para o comprador, o acordo prévio assegura o prazo de entrega. O interesse mútuo pode levar a custos compartilhados ou pagamento adiantado ao produtor. No entanto, a segurança do negócio está baseada na reputação de ambas as partes, pois não há respaldo legal em caso de atitude oportunista ou quebra de contrato. A estratégia de contrato formal oferece condições semelhantes, mas confere segurança jurídica.

A quarta forma de organização é a integração horizontal, estratégia baseada no cooperativismo. O sistema gera renda e desenvolvimento local, vantagem importante para a caprinocultura e a ovinocultura do Brasil. Uma cooperativa organizada e bem gerida reduz os riscos e os custos do produtor, que passa a ter poder de barganha nas aquisições coletivas de equipamentos e insumos e também na venda dos produtos. A adoção de tecnologias que aumentam a produtividade e o valor agregado do produto é viável. No entanto, a margem individual de lucro é menor, já que as negociações, da mesma forma, são baseadas no interesse coletivo.

Há, ainda, a integração vertical, quando os produtores são ancorados por uma indústria e o nível tecnológico é alto. A produção torna-se diferenciada, muitas vezes com propriedades, insumos e equipamentos cedidos pela indústria e, em contrapartida, obtenção de um produto final com alto padrão e oferta regular. Trata-se de uma estratégia pouco explorada na caprinocultura e na ovinocultura nacionais, apesar de haver alguns exemplos no país.

fonte: www.accoba.com.br

Começa reunião que definirá avanço sanitário do Brasil

Uma delegação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) participará da 80ª Sessão Geral da Assembléia Mundial de Delegados da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE, sigla em inglês), de 20 a 25 de maio, em Paris. Além de promover a discussão de temas relevantes para a defesa sanitária animal do planeta, durante a reunião deverá ser anunciada a mudança da classificação do Brasil para Encefalopatia Espongiforme Bovina – EEB (conhecida vulgarmente como doença da Vaca Louca) do atual risco controlado para insignificante, que é a melhor classificação de risco em relação à doença. A divulgação está marcada para a próxima quinta-feira, 24 de maio.

O parecer favorável já havia sido indicado pela Comissão Científica para Enfermidades dos Animais e pelo grupo ad hoc EEB da OIE, mas ainda dependia de um período de consulta perante os 178 países-membros da OIE. Durante 60 dias, os delegados da entidade puderam solicitar informações complementares e fazer questionamentos à OIE, o que não ocorreu.

Com a mudança, o Brasil passará a fazer parte de um grupo seleto de 15 países dentre todos os integrantes da OIE. Apesar de nunca ter registrado casos de Vaca Louca, a alteração favorecerá a retomada do mercado de tripas para a União Europeia, a exportação de animais vivos e de carne in natura com osso para países que hoje vetam a entrada de produtos brasileiros, com o argumento de o país estar classificado como risco controlado.

Tendo como tema técnico principal “Experiências e papéis nacionais e internacionais na avaliação passada e futura de Um Mundo, Uma Saúde”, o encontro abordará assuntos como a adoção de novas normas internacionais aplicáveis à prevenção e controle das enfermidades dos animais, bem-estar animal, comércio internacional de animais e produtos de origem animal e eleições para comissões regionais e comissões especializadas da OIE.

O Brasil, país membro fundador da entidade, participará das discussões e defenderá os interesses nacionais e regionais relacionados à política de sanidade animal. A comitiva brasileira será composta pelo secretário de Defesa Agropecuária, Enio Marques; pelo diretor do Departamento de Sanidade Animal (DSA), Guilherme Marques; pelo coordenador-geral de Apoio Laboratorial (CGAL), Jorge Caetano Júnior, e pelo assistente do gabinete do DSA, José Ricardo Lôbo.

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

SOJA REGISTRA PREÇO RECORD EM PARANAGUÁ

21/05
SÃO PAULO – A soja no porto de Paranaguá fechou a semana passada com o maior valor nominal de toda a série histórica analisada pelo indicador Cepea/Esalq, cotada a 65,11 reais por saca de 60 kg na sexta-feira (18).

O índice, que começou a ser elaborado em 2006, serve como referência para o grão estocado nos armazéns do corredor de exportação do porto paranaense, um dos principais para embarque de soja do Brasil.

A demanda internacional, que segue aquecida, em conjunto com a quebra de safra na América do Sul e as incertezas do mercado quanto à oferta de soja na próxima safra dos Estados Unidos são apontados por especialistas como as causas para os preços em elevação.

“O mercado está muito apreensivo quanto à real disponibilidade de produto para os próximos meses, com dúvidas sobre a safra do hemisfério norte. O mercado chinês está com apetite, com compras no mercado físico no Brasil e no mercado futuro nos Estados Unidos,” disse Lucílio Alves, pesquisador do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) da Universidade de São Paulo.

“O mercado de carnes no Brasil e no mundo está em ritmo bom, o que significa demanda por farelo de soja,” acrescentou ele.

No entanto, Alves ressalta que os patamares atuais da soja no Brasil não fazem frente aos preços registrados no Paraná em março de 2004, de 51,81 reais – se fosse aplicada a correção da inflação para o valor daquele ano, uma saca do grão estaria valendo hoje a 81,16 reais.

O pico dos preços internos em 2004 ocorreu porque naquele momento que a China entrou no mercado comprando mais, deslocando a demanda, pegando de surpresa os fornecedores.

Em relação à tendência para os próximos meses, o pesquisador do Cepea afirma que até a chegada da safra do hemisfério norte não há fatores de pressão sobre preços.

Os contratos a termo fechados em Paranaguá, analisados pelo Cepea, estão na faixa de 555 dólares por tonelada até agosto. “Só há uma queda de agosto para setembro (nesses contratos), de 2,8 por cento. Mas naquele momento já haverá pouca soja para ser vendida no Brasil,” completou Lucílio Alves.

(Reportagem Gustavo Bonato)

Reuters

Representantes da ovinocaprinocultura debatem a cadeia

A qualificação de mão de obra é apontada como dos fatores que atrapalham o crescimento da cadeia produtivo de Ovinos e Caprinos de Mato Grosso. De acordo com a produtora de Ovinos de Rondonópolis, Fernanda de Oliveira Campos, a falta de profissionais qualificados gera entre os produtores uma disputa acirrada por aqueles trabalhadores que têm algum conhecimento. “Hoje se você encontrar um profissional que sabe lidar com ovinos tem que tratar bem e não pode largar dele”, brinca.

A produtora participou na manhã dessa segunda-feira (19.03) do primeiro dia do Workshop das Cadeias Produtivas, promovido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso (Senar-MT), na sede da instituição, em Cuiabá. “Esse encontro está sendo muito positivo, pois poderemos avaliar o que é preciso para melhorar a capacitação dos trabalhadores que irão atuar na nossa propriedade”, pontuou a produtora.

Além da rondopolitana, outras 60 pessoas que representam instituições ligadas às cadeias produtivas de ovinocultura e caprinocultura, como universidades, Embrapa, Secretaria de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar de Mato Grosso (Sedraf), participaram do encontro. “Nós pretendemos identificar e antecipar tendências e demandas por capacitação profissional rural para atender o mercado de trabalho agropecuário do Estado de Mato Grosso”, explicou o superintendente do Senar-MT, Tiago Mattosinho, ao falar sobre o objetivo do workshop.

O facilitador do workshop, professor PhD em Administração Rural, Altair Dias de Moreira, da Universidade Federal de Viçosa (FGV), de Minas Gerais, explica que o evento é uma sessão consultiva com os especialistas de cada cadeia. “Queremos saber dos cursos oferecidos pelo Senar-MT quais devem continuar, quais devem mudar, quais permanecem inalterados e quais são desnecessários, devido a mudança de tecnologia ou outro fator”, aponta.

Cadeia produtiva de ovinocultura e caprinocultura – Segundo dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA), a ovinocaprinocultura é uma atividade extremamente viável ao produtor mato-grossense, que investiu durante 10 anos em pesquisas de melhoria genética. Por este motivo, hoje não é mais preciso importar material genético das raças Dorper e Santa Inês no Estado.

O rebanho é de aproximadamente um milhão de cabeças e a expectativa é de que até 2015 esse número aumente em 400%, chegando a cinco milhões de cabeças, suprindo a demanda interna pelos produtos derivados do segmento. O crescimento no rebanho é oportunidade para geração de emprego e renda no Estado. Atualmente a produção de ovinos e caprinos está espalhada pelos municípios do Vale do Guaporé, em Cáceres, Alta Floresta, Colíder, Vale do Araguaia e na Baixada Cuiabana.

fonte: CNA