Estratégias de coordenação das cadeia produtiva de caprinos e ovinos foram temas do Pecnordeste

Começou hoje as atividades do XVI Seminário Nordestino de Pecuária (Pecnordeste), que congrega diversos segmentos, dentre os quais a caprinocultura e a ovinocultura. A programação de palestra do segmento foi aberta pelo pesquisador da Embrapa Caprinos e Ovinos, Juan Ferelli, que abordou as estratégias de coordenação da cadeia produtiva.

A cadeia produtiva é formada por diversos integrantes que, interligados, completam uma sucessão de fases de produção, desde a criação dos animais até a distribuição dos produtos já processados. A estratégia de organização dessa cadeia depende das características de cada mercado.

Juan explica que, hoje, no Brasil, a mais habitual é a estratégia de mercado à vista, na qual o produto é negociado diretamente em feiras. O modelo não permite o estabelecimento de preços formados a partir do custo da produção, mas sim pelos valores praticados no mercado, o que desestimula o produtor a adotar tecnologias para diferenciação do produto e aumento da produtividade. Por outro lado, é a estratégia mais barata.

Os contratos ou acordos informais são uma segunda possibilidade. Tornam-se interessantes, por exemplo, quando o produtor realiza algum investimento na criação e depende de um preço mínimo de venda para evitar prejuízos. Para o comprador, o acordo prévio assegura o prazo de entrega. O interesse mútuo pode levar a custos compartilhados ou pagamento adiantado ao produtor. No entanto, a segurança do negócio está baseada na reputação de ambas as partes, pois não há respaldo legal em caso de atitude oportunista ou quebra de contrato. A estratégia de contrato formal oferece condições semelhantes, mas confere segurança jurídica.

A quarta forma de organização é a integração horizontal, estratégia baseada no cooperativismo. O sistema gera renda e desenvolvimento local, vantagem importante para a caprinocultura e a ovinocultura do Brasil. Uma cooperativa organizada e bem gerida reduz os riscos e os custos do produtor, que passa a ter poder de barganha nas aquisições coletivas de equipamentos e insumos e também na venda dos produtos. A adoção de tecnologias que aumentam a produtividade e o valor agregado do produto é viável. No entanto, a margem individual de lucro é menor, já que as negociações, da mesma forma, são baseadas no interesse coletivo.

Há, ainda, a integração vertical, quando os produtores são ancorados por uma indústria e o nível tecnológico é alto. A produção torna-se diferenciada, muitas vezes com propriedades, insumos e equipamentos cedidos pela indústria e, em contrapartida, obtenção de um produto final com alto padrão e oferta regular. Trata-se de uma estratégia pouco explorada na caprinocultura e na ovinocultura nacionais, apesar de haver alguns exemplos no país.

fonte: www.accoba.com.br

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