AL: técnicos apresentam resultados do Programa Alagoas Mais Ovinos

Técnicos dos municípios que prestam assistência a produtores familiares do Programa Alagoas Mais Ovinos se reuniram com a coordenadora Aline Melo, o gestor Luciano Barros, que é superintendente de Agricultura Familiar, e a empresa de consultoria Falconi, que trabalha com gestão de resultados junto à Seagri, para apresentar os resultados do programa.

Durante o encontro, houve uma explanação dos números referentes ao rebanho, das famílias atendidas, avaliando as metas alcançadas e as próximas a serem atingidas. Dados apresentados pelos técnicos mostram que os municípios registraram aumento do rebanho, entregue inicialmente pelo programa, como também comercialização de animais, gerando renda para as famílias que vivem no campo.

Buscando detalhar cada índice de maneira mais clara e específica, a Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento (Aecid) está financiando a aquisição de um sistema de monitoramento de resultados, que auxiliará os técnicos no registro de dados e ampliará o número de informações da base de dados do programa.

“Com a implantação do sistema de monitoramento, acontecendo em breve, nós conseguiremos avançar cada vez mais com o programa. Estamos numa fase de estruturar as informações, registrar os resultados, isso é extremamente importante, pois sabemos quanto o programa ajuda o pequeno produtor, principalmente em um período difícil como este de seca”, explicou o superintendente e gestor Luciano Barros.

Os resultados apresentados durante a reunião foram positivos e as ações continuam com entregas de novos animais, como aconteceu nos municípios de Palestina e Pão de Açúcar, no mês de março.

As informações são do Governo de Alagoas, adaptadas pela Equipe FarmPoint.

MINISTRO DARÁ ÊNFASE AO AUMENTO DE RENDA DO TRABALHADOR DO CAMPO

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Antônio Andrade, destacou que entre as prioridades da gestão à frente da pasta estará o trabalho para aumentar a renda do trabalhador no campo e o fomento ao uso de tecnologias sustentáveis para os produtores rurais que abastecem o mercado interno. O anúncio foi feito durante a cerimônia de transferência de cargo ocorrida nesta segunda-feira, 18 de março.

Antônio Andrade ressaltou que dará ênfase no apoio à parcela de produtores rurais que não tem acesso à mecanização intensiva e cuja produção é voltada para o abastecimento do mercado interno. “Cito, por exemplo, o setor lácteo. O leite é um importante segmento que fixa o homem no campo”, afirmou.
Ele enfatizou também a atenção voltada ao uso de novas tecnologias e normas que contemplem premissas de sustentabilidade, englobando aspectos econômicos, sociais e ambientais, para aumentar a produção de alimentos, gerar empregos e receitas e, ao mesmo tempo, preservar o meio ambiente e os recursos naturais.

“Também é possível melhorar a competitividade dos produtos agropecuários brasileiros na fase de comercialização, processo muitas vezes comprometido devido à dificuldade de infraestrutura de transporte e armazenamento”, explicou Andrade.

Para desenvolver ações em prol do crescimento do setor, o ministro aposta no apoio do cooperativismo, da pesquisa, da assistência técnica, da defesa agropecuária e da vigilância sanitária. “Indispensável também a dedicação e o trabalho de toda a equipe de gestores e técnicos do Ministério da Agricultura e órgãos vinculados, que sempre apresentaram um trabalho de alta qualidade e cujo empenho espero contar”.

Antônio Andrade agradeceu ainda ao seu antecessor, Mendes Ribeiro Filho. Segundo ele, “o bom desempenho demonstrado pela safra atual, que apresentou recorde de produção e conquista econômica e financeira para o homem do campo, tenho certeza, foi a melhor recompensa de Mendes”.

Mendes Ribeiro Filho, ao passar o cargo para o novo ministro, também lembrou as conquistas obtidas durante a sua gestão. “Tivemos um Plano Safra extraordinário e com ele a maior produção de grãos obtida na história do Brasil durante a temporada 2011/12, de mais de 166 milhões de toneladas, e já estamos produzindo uma maior ainda. Se estamos colhendo tanto agora é graças ao trabalho integrado do Governo Dilma”, afirmou.

Perfil

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Antônio Eustáquio Andrade Ferreira, nasceu em 18 de junho de 1953, na cidade de Patos de Minas (MG). É Engenheiro civil graduado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e produtor rural. É filiado ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) desde 1987, sua única filiação partidária desde o início da vida pública. Foi prefeito de Vazante (MG) e deputado estadual por três mandatos. Está no segundo mandato como deputado federal, do qual se licenciará para comandar o Mapa.

Antônio Andrade é presidente da Executiva Estadual do PMDB de Minas Gerais há três anos e, em 2012, foi presidente da Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados. Também foi membro titular da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural.

A reportagem é do MAPA, adaptada pela Equipe AgriPoint.

Carne de cordeiro com marca coletiva será lançada.

Uma Rede de Produtores e Empreendedores do Alto Camaquã fechou um acordo com uma indústria e um ponto de venda especializado, para processar, industrializar e comercializar carne de cordeiro com a marca coletiva da região, em reunião realizada na última sexta-feira (15/03), na sede da Embrapa Pecuária Sul, em Bagé (RS).

Segundo o acordo, mediado pela Embrapa Sul, produtores das associações comunitárias vinculadas à rede passarão a entregar os cordeiros para a indústria Adiale Vitoria Carnes, de Encruzilhada do Sul. O frigorífico, depois de abater e processar os animais, vai repassar para o Shopping da Carne, estabelecimento comercial especializado de Porto Alegre que disponibilizará o produto no principal mercado consumidor do estado.

O acordo faz parte da estratégia desenvolvida pelas associações de produtores familiares da região de comercializar seus produtos com a marca coletiva Alto Camaquã. Inicialmente o acerto entre as três partes prevê o abate de 40 cordeiros por mês, produzidos exclusivamente a pasto do campo nativo e com qualidade e diferenciação já confirmados. Para o pesquisador da Embrapa Pecuária Sul, a principal vantagem desse acordo foi a aproximação entre diferentes atores da cadeia de carne de ovinos. “Esta união é mais uma demonstração do enorme potencial dos recursos sociais, humanos, naturais e produtivos do território do Alto Camaquã”, ressaltou Borba.

A Rede de Produtores e Empreendedores do Alto Camaquã foi criada em 2011 e é composta por associações de produtores de sete municípios do Alto Camaquã. Sua criação foi impulsionada por um projeto de desenvolvimento territorial da Embrapa Pecuária Sul, que prevê a valorização e a diferenciação da produção local. No ano passado, foi definido que uma das estratégias é desenvolver a região e a comercialização de produtos com uma marca coletiva que represente uma identidade territorial baseada na produção agropecuária familiar baseada na conservação dos recursos naturais. O acordo para o processamento e venda da carne de cordeiro é mais um passo nesse arranjo produtivo que propicia ganhos para todos os envolvidos, ou seja, produtores, indústria e comércio.

 

fonte: Universo Agro

Contribuição Sindical Rural – Pessoa Jurídica

O prazo para pagamento da Guia de Recolhimento da Contribuição Sindical Rural, exercício 2012, termina no dia 31 de janeiro para produtores que empreendem atividades econômicas enquadrados como empresários ou empregadores rurais. “É importante estar atento ao prazo, pois, os proprietários que não pagarem dentro do vencimento ficam sujeitos à multa prevista em lei”, afirma Eliane Vilela Brosowski, Chefe do Departamento de Arrecadação e Cadastro da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil – CNA.

As guias de pagamento foram enviadas pela CNA, via Correios, aos produtores – Pessoa Jurídica. Pelo site oficial da CNA, o Canal do Produtor, os contribuintes podem emitir a segunda via de contribuição sindical, em caso de perda, extravio ou de não recebimento da guia de recolhimento pelos Correios.
Se tiver dúvidas, os produtores podem Consultar o Manual de Contribuição Sindical 2013.

CNA assina acordo de cooperação técnica para implementação do Cadastro Ambiental Rural

O presidente da Comissão Nacional de Meio Ambiente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, Gilman Viana Rodrigues, defendeu, nesta quinta-feira (20/12), em Brasília, a regularização ambiental das propriedades rurais e afirmou que a CNA vai colaborar nesse processo, difundindo conhecimento sobre técnicas de recuperação. “Vamos fazer uma radiografia do que existe, dentro da competência de cada um, para ajudar a resolver um problema que não é só de um setor, mas sim do Brasil”, afirmou ao participar, no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), da cerimônia de assinatura de novos acordos de cooperação técnica para implementação do Cadastro Ambiental Rural (CAR), previsto no novo Código Florestal.

Os acordos foram assinados pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, que lembrou da importância do setor rural para a economia do País. “Sabemos da importância do agronegócio para a manutenção do PIB (Produto Interno Bruto)”, afirmou a ministra, defendendo o crescimento do País com sustentabilidade. Além da CNA, a ministra Izabella Teixeira assinou acordos de cooperação com seis Estados (Amapá, Alagoas, Paraíba, Roraima, Maranhão e Tocantins), entidades governamentais e civis, Banco do Brasil (BB) e ministérios do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), Desenvolvimento Social (MDS) e Desenvolvimento Agrário (MDA). No total, 18 Estados já assinaram termos de cooperação com o ministério para o processo de regularização dos imóveis rurais.

A ministra Izabella Teixeira ressaltou, ainda, a importância de os produtores aderirem ao CAR, primeiro passo do processo de regularização ambiental. A partir desse cadastro, será possível identificar, por exemplo, a necessidade de recomposição de áreas de reserva legal e de Preservação Permanente (APPs). Serão firmados acordos com os órgãos estaduais de meio ambiente para que possam acompanhar o processo de regularização ambiental das áreas rurais. Para Gilman Viana, o CAR permitirá quantificar os serviços ambientais prestados pelos produtores rurais.

Assessoria de Comunicação CNA

CNA APRESENTA PROPOSTA PARA MANUTENÇÃO DO REBANHO DE OVINOS E CAPRINOS

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) apresentou uma proposta de linha de crédito para a retenção de matrizes caprinas e ovinas durante a 33ª reunião ordinária da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Caprinos e Ovinos, realizada nesta terça-feira, 12 de março, na sede da entidade. O projeto prevê R$ 250 por matriz retida com limite de até R$ 50 mil por produtor, conforme o tamanho da sua criação (pequena, média ou grande). O prazo sugerido para o pagamento seria de até cinco anos com carência de um ano. “O nosso objetivo é fortalecer o rebanho brasileiro com capital de giro para incentivar o produtor a manter o seu plantel, além de viabilizar plantas frigoríficas e o abastecimento do mercado”, explica o presidente da Comissão Nacional de Caprinos e Ovinos da CNA, Francisco Edilson Maia da Costa.

A proposta ainda depende de aprovação da Câmara e será encaminhada para avaliação da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Os representantes do setor solicitarão que os recursos para a linha já estejam previstos no Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2013-2014.

No encontro também foi apresentada a nota técnica com as conclusões do estudo de Viabilidade da Planta de Referência. O trabalho é fruto de um estudo realizado pela CNA, pelo Sebrae e pelo Mapa ao longo de mais de um ano e servirá como modelo para a instalação de frigoríficos de animais de médio porte dentro dos critérios ambientais e sanitários estabelecidos pela legislação. “Chegamos à conclusão da viabilidade econômica desta planta. Era uma demanda antiga do setor que agora está sanada. Distribuiremos esse material para cooperativas, sindicatos e associações utilizarem”, declara Costa.

Os outros assuntos debatidos na reunião foram a isenção de PIS/Cofins para a ovinocultura e caprinocultura de corte – a exemplo do modelo de tributação já concedido para a cadeia de produção de bovinos, aves e suínos –, o desenvolvimento e integração produtiva da cadeia da lã entre Brasil e Uruguai e a regionalização do Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (SISBI-POA), que faz parte do Sistema Unificado de Atenção a Sanidade Agropecuária (Suasa).

Fonte : Assessoria de Comunicação Digital

Produtividade de milho na região Sul será 20% maior na safra 2012/13

A estimativa para a produção das duas safras de milho no Brasil é de 76 milhões de toneladas para a temporada 2012/13, alta de 4,2% em relação à de 2011/12. As informações foram anunciadas durante o levantamento da safra de grãos divulgado nesta quinta-feira, 7 de março,  pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

As regiões Nordeste e Sul, que sofreram anteriormente com os efeitos climáticos, devem se recuperar das perdas e obterem os maiores aumentos percentuais do país: 20% e 14,9%, respectivamente. Entre os principais estados produtores do cereal, a perspectiva é que o Rio Grande do Sul apresente a maior elevação, de 53,3%, passando de 3,3 milhões de toneladas para 5,1 milhões de toneladas.

O Paraná deve produzir o maior volume do Brasil, somando 18,1 milhões de toneladas nas duas safras do cereal, seguido pelo Mato Grosso (16,5 milhões). Já o Distrito Federal, caso confirmadas as projeções, terá a maior produtividade entre as Unidades da Federação, de 8 toneladas por hectare.

Em relação à primeira safra do cereal, os ganhos elevados de produtividade na região Sul foram responsáveis por um incremento de 2,7% do grão na atual temporada, passando de 33,8 milhões de toneladas em 2011/12 para 34,7 milhões em 2012/13. Já a produção da segunda safra tem como destaque o Centro-Oeste, que aumentou no período 3,2%, passando de 25,3 milhões de toneladas para 26,1 milhões de toneladas.

Mais informações para a imprensa:
Assessoria de Comunicação Social
(61) 3218-3089/2203
Carlos Mota
carlos.mnascimento@agricultura.gov.br

VÍRUS DA FEBRE AFTOSA NÃO CIRCULA MAIS NO PIAUÍ, DIZ DIRETOR GERAL DA ADAPI

O diretor geral da Agência de Defesa Agropecuária do Piauí (Adapi), José Antônio, afirmou que exames feitos pela fiscalização do Ministério da Agricultura, nessa quinta-feira (28), demonstraram que o vírus da febre aftosa não existe no estado. De acordo com a Adapi, esse laudo é a etapa mais importante no processo para que o Piauí receba a certificação de área livre da aftosa.

Atualmente, o Piauí possui um rebanho de aproximadamente 1,7 milhão de cabeças de gado divididas em 64 mil propriedades rurais. Segundo José Antônio, o estado ainda não recebeu o certificado de área livre, mas a expectativa é de que o processo seja concluído até junho deste ano.

É realizada a segunda etapa de vacinação aftosa (Foto: Luzimar Bessa/Sepror)Piauí possui rebanho de aproximadamente 1,7 milhão de cabeças de gado (Foto: Luzimar Bessa)

“O resultado desse exame comprova a não circulação do vírus da aftosa no estado. O que quer dizer que estamos caminhando para que o Piauí fique livre dessa doença. Acreditamos que o Ministério deve emitir o certificado até o mês de junho, mas, mesmo assim, as campanhas de vacinação continuam”, declarou o diretor geral.

Ainda conforme José Antônio, cerca de 90% do gado piauiense foi vacinado com o laudo constatando a erradicação da circulação do vírus.

“Agora, a fiscalização das barreiras sanitárias é um trabalho fundamental para a manutenção da conquista. A obtenção do certificado de área livre da aftosa representa para o Piauí um grande avanço na comercialização dos rebanhos do estado, que poderá ser comercializado para todo o Brasil e com equiparação de preços com outros estados”, explica José Antônio.

Capim massai para produção de ovinos de qualidade.


Roberto Claudio Fernandes é pesquisador da Embrapa Caprinos e Ovinos, localizada em Sobral-CE, e afirma que o capim massai “é uma gramínea muito versátil e que produz bastante, tanto em terreno seco como no irrigado”. É uma variedade que possuí fácil adaptação climática, produz uma grande quantidade de folhas e ser resistente a cigarrinha das pastagens.

No que diz respeito ao plantio do capim massai, Roberto Claudio aponta que ocorrem através de mudas ou sementes, sendo a última forma a mais econômica. É recomendado que a semeadura seja feita no período chuvoso (de novembro a fevereiro) e por linhas, juntamente com os processos de aragem e gradação, para que os animais tenham pastagem durante a estação mais seca e de estiagem prolongada (inverno).

O capim massai é indicado para o pastejo rotacionado devido a boa cobertura do solo e rápida rebrota, além de servir para produção de feno. Seu teor de proteína bruta varia entre 10% e 12%, apresentando uma boa produção de folhagens, e é recomendado também na criação de bovinos e eqüinos.

Sobre o manejo da pastagem e o sistema de rotação, existe uma fórmula bastante simples para que o produtor rural consiga entender melhor:

NP = PD/PO + 1

NP = número de piquetes

PD = período de descanso

PO = período de ocupação

Exemplo de pastejo rotacionado com capim massai: Se o produtor tem 8 piquetes (NP) numa área irrigada, ele pode deixar os ovinos em um período de pastejo de 2 dias (PO) em cada piquete – quando a altura residual atingir 25 cm a 30 cm – e deixar a pastagem descansando por 21 dias (PD), até que que o capim cumpra o ciclo de crescimento e atinja uma altura de 60 cm a 70 cm. Durante este intervalo é importante que a área dos piquetes seja adubada.

Recomenda-se uma adubação com cerca de 600Kg a 800Kg de nitrogênio por hectare/ano, mas é fundamental que o produtor obtenha mais informações através da análise de solo antes de iniciar qualquer procedimento.

Sobre o capim massai – Trata-se de uma variedade híbrida, entre o Panicum maximum e Panicum infestum, coletada na Tânzania, localizada no continente africano, e liberada após a realização de pesquisas pela Embrapa Gado de Corte em 2001.

Rural Centro

Alimentação dos ovinos

Tudo entra pela boca: saúde, vigor, doenças, lucros e prejuízos e, então, é preciso estar sempre de olho aberto para o que desce pela garganta dos animais.

l Sempre mascando – Ovelhas pertencem à classificação de animais ruminantes. Ruminantes são caracterizados por “quatro” estômagos e comportamento “ruminar-mascar”. A ruminação é um bolo alimentar que foi regurgitado.

l Ruminantes – Há cerca de 150 diferentes espécies de ruminantes domésticos e selvagens, incluindo vacas, cabras, veados, búfalos, bisontes, girafas, alces e renas. Ruminantes são ainda classificados pelo comportamento de forragem: herbívoros, pastadores, ou herbívoros intermediários. Herbívoros, como bovinos, consomem principalmente gramíneas de qualidade inferior, enquanto pastadores como o alce e os veados ficam na mata e comem galhos e arbustos altamente nutritivos. Intermediários, como ovelhas, cabras e veados de rabo branco, tem requisitos nutricionais que estão entre os herbívoros e pastadores. Ovelhas, deste grupo, são mais herbívoras, enquanto cabras e cervos são pastadores.

A principal diferença entre os ruminantes e os animais de um único estômago (chamados monogástricos), tais como as pessoas, cães, e porcos, é a presença de um estômago com quatro compartimentos. As quatro partes são o rúmen, retículo, omaso e abomaso. Dizem, muitas vezes, que os ruminantes têm quatro estômagos. O seu “estômago” tem quatro partes na realidade.

l Pseudo-ruminantes – Camelídeos (lhamas e alpacas) são chamados de “pseudo-ruminantes”, porque têm um estômago de três compartimentos, em vez de quatro. Os cavalos não são ruminantes, pois eles têm um ceco alargado, que lhes permite digerir os materiais fibrosos. Os animais deste tipo são chamados de “intestino fermentador”. Um coelho tem um sistema digestivo semelhante.

l O sistema digestivo do rúmen – O rúmen ocupa uma grande porcentagem da cavidade abdominal do ruminante. É um grande espaço de armazenamento para o alimento que é rapidamente consumido e, depois, regurgitado, remastigado e ingerido novamente em um processo chamado de ruminação-mastigação. A ruminação ocorre, primeiramente, quando o animal está em repouso e não come. Ovelhas adultas saudáveis vão mastigar sua ruminação durante várias horas cada dia.

O rúmen é também uma cuba de fermentação de grande porte. Ele contém bilhões de micro-organismos, incluindo bactéria e protozoário, que permite aos ruminantes digerir alimentos fibrosos, como capim, feno e silagem que outros animais não podem utilizar eficientemente. Fermentação no rúmen produz enormes quantidades de gás que os ruminantes livram-se através da eructação (arroto). Qualquer coisa que interfira os arrotos é fatal para o ruminante e pode resultar em inchaço. Os casos leves geralmente podem ser tratados, com sucesso, com antiácido.

O retículo está intimamente associado com o rúmen. O conteúdo mistura-se continuamente entre as duas cavidades. O retículo parece um “pente de mel”. A atividade digestiva ocorre no omaso. Ele contém muitas camadas de tecido. O abomaso é o estômago “verdadeiro” do ruminante. Ele tem uma função similar à do estômago de um não- ruminante: secreção de enzimas e ácidos para quebrar os nutrientes.

l Ruminantes Jovens – O rúmen e retículo do cordeiro, ao nascer, ainda não são funcionais. Estes dois compartimentos começam a multiplicar micro-organismos quando os cordeiros começam a beliscar alimentos secos.

Os micróbios, à medida que se multiplicam e começam a digerir os alimentos, estimulam o crescimento e desenvolvimento do rúmen e do retículo. Estes últimos tornam-se, geralmente, funcionais quando o cordeiro atinge 50 a 60 dias de idade.

A alimentação suplementar deve ser de nutrição rápida, pois precisa ser altamente digerível, já que os cordeiros não nascem com o funcionamento do rúmen. Rações adequadas consistem em alimentos que foram triturados, enrolados, ou sedimentados. Isso melhora o desenvolvimento do rúmen deste animal.

l Pasto por princípio – A dieta mais natural é a forrageira (capim, ervas daninhas, pasto, feno e silagem), apesar dos ruminantes conseguirem digerir grãos (amidos). Uma grande quantidade de ácido láctico é produzida no rúmen e o pH fica baixo, se o ruminante consumir muito grão ao mesmo tempo. Esta pode ser uma doença fatal para o ruminante. O grão deve ser introduzido lentamente na dieta para dar tempo de ajuste ao rúmen.

l Não muito grão – As ovelhas “amam” o sabor dos grãos. É como “doce” para elas. Elas vão comer demais se o consumo de grãos não for regulado. O grão pode ser suplemento e em alguns casos substituir a forragem na dieta se for introduzido lentamente. Grão integral é melhor para ovelhas porque exige que elas façam sua própria moagem. Problemas na digestão são menos comuns em grãos integrais comparados aos processados (triturados, rachados, ou moídos).

Algumas forragens devem ser consumidas sempre por ruminantes, para manter o funcionamento do rúmen corretamente e manter os animais satisfeitos.

l Gases de efeito estufa – Um dos impactos globais da criação do rebanho ruminante é que quando os ruminantes arrotam, eles produzem metano, um dos gases de efeito estufa. Uma pequena quantidade de metano também é produzida pelo estrume. Os cientistas estão atualmente estudando formas de reduzir a produção de metano dos ruminantes. Sabe-se, por exemplo, que os animais alimentados com certas plantas produzem menos metano. Cientistas australianos estão testando uma vacina para reduzir a produção de metano. Impor um imposto sobre o “pum” tem sido proposto para ajudar a financiar as pesquisas, mas não foi implementado.

Casos de efeito estufa são responsáveis para contribuir para o aquecimento global. A maior fonte de gases de efeito estufa, de longe, é dos combustíveis fósseis.

l Grama, trevos e herbáceas – A maioria das ovelhas come grama, trevos, herbáceas e outras plantas do pasto. Elas apreciam principalmente as plantas herbáceas. É, geralmente, a primeira escolha de comida. É uma planta de folhas largas diferente da grama e também com flores muito nutritivas. Ovinos comem uma variedade de plantas e seleciona mais os nutrientes em sua dieta em comparação com os bovinos, mas muito menos que as cabras.

l O tempo de pastejo – Ovelhas pastam em média sete horas por dia, principalmente de madrugada e no final da tarde, perto do por-do-sol. Quando os suplementos são introduzidos, o melhor é alimentá-los no meio do dia, para que os padrões normais de pastagem não sejam interrompidos.

l As plantas diferentes – Ovelhas em áreas geográficas diferentes comem também plantas diferentes. Forrageiras tropicais geralmente não são tão nutritivas como aquelas que crescem em climas temperados. Proteína é, frequentemente, o nutriente mais determinante em forragens. Todas as forrageiras são mais nutritivas se forem ingeridas em estado vegetativo.

l Requisitos de pasto – A quantidade de pastagens, ou o intervalo que é preciso para alimentar uma ovelha, depende da qualidade da terra (solo), a quantidade e distribuição das chuvas, e a gestão do pasto. Um hectare de pasto ou pastagens, em climas secos, não pode alimentar muitas ovelhas como um hectare em clima úmido. Um hectare de pasto na estação chuvosa (primavera e outono) pode, obviamente, alimentar mais ovelhas do que um hectare na estação seca (geralmente no verão).

As taxas de reprodução e taxas de crescimento dos carneiros e ovelhas são mais baixas em climas áridos do que em áreas de boa pluviosidade, onde as forragens crescem mais abundantes. Se, porém, houver uma alimentação adequada, os animais irão se reproduzir e se desenvolver em qualquer região.

A produção de lã tende a ter maior importância nestes ambientes, uma vez que a lã de boa qualidade leva menos tempo para crescer, sendo mais lucrativa que a produção de leite. Um fazendeiro eficiente pode criar 10 ovelhas em um hectare de pastagem melhorada numa boa região, enquanto um outro, também eficiente, pode exigir 10 hectares de área nativa para cada ovelha, em regiões áridas. A lotação é determinada pela região e pela situação.

l Alimentos armazenados – As ovelhas são, geralmente, tratadas com alimentos armazenados e colhidos, quando a forragem fresca não está disponível. Exemplos destes alimentos são: feno, silagem, culturas de subprodutos. Feno é a gramínea que foi cortada e tratada para o uso como alimento para o rebanho. Silagem é uma forragem verde que foi fermentada e armazenada em um silo, ou outro sistema que mantém o ar fora. Silagem mofada pode causar Listeriose em ovinos. A silagem para ovinos é servida em pedaços bem menores do que para o gado.

l A suplementação com grãos – Grão é muitas vezes fornecido para ovinos com maiores necessidades nutricionais, como ovelhas prenhes durante a gestação tardia, ovelhas cuidando de dois ou mais cordeiros, e cordeiros com potencial genético para crescimento rápido. Os cereais são: milho, cevada, trigo e aveia.

Uma fonte de proteína, tal como farinha de soja ou farinha de semente de algodão, é geralmente adicionado à ração de cereais, juntamente com vitaminas e minerais para fazer uma ração 100% balanceada. Ração não balanceada pode levar a vários problemas de saúde.

Ovelhas adoram o sabor do grão e podem ficar doentes se comer rapidamente. O consumo precisa ser regulado, introduzido lentamente e aumentado gradualmente. Ruminantes devem sempre ter algum volumoso em suas dietas – pelo menos 0,45 kg por dia para ovinos. Produtores em muitas partes do mundo não podem se dar ao luxo de alimentar o rebanho com grãos. Em algumas regiões e algumas situações os grãos podem ser mais lucrativos do que a forragem.

l Subprodutos – Subprodutos da produção agrícola e alimentos processados também podem ser fornecidos para ovinos. Exemplos incluem casca de soja, casca de amendoim e caroço de algodão. O milho está se tornando um alimento menos popular para ovelhas e outros rebanhos, pois está sendo usado na produção de etanol.

l Benefícios da pastagem – Manejo, ou preservação de pastagem é bom método para o meio ambiente. Uma área coberta de grama é a melhor proteção contra a erosão do solo e o escoamento de água. As pastagens são um grande reservatório de carbono orgânico.

As pastagens, gerenciadas adequadamente, ajudam a reduzir os níveis atmosféricos de dióxido de carbono, o que pode reduzir o acúmulo de gases do efeito estufa.

l O domínio público – Algumas pessoas acreditam que não se deve permitir que ovelhas (ou qualquer outro rebanho) pastem em grama ou praças públicas. Muita gente ainda diz que “depois da ovelha só resta o deserto”. A pastagem exagerada do passado foi causada por falta de gestão e não deve ser uma razão para ignorar os benefícios potenciais da pastagem.

A pesquisa mostra que o pastejo leve ou moderado é geralmente mais vantajoso do que o pastejo livre em qualquer pastagem.

l Taxas controversas de pastejo – Os agricultores e pecuaristas, em terras norte-americanas, pagam uma taxa para seu rebanho pastar no local que pertence ao governo federal. A taxa é de U$1,35 por unidade de animal ao mês, conforme mostra a Tabela 1 (Na tabela, “AUM” é a unidade de consumo de forragem necessária para alimentar uma vaca e seu bezerro, um cavalo, ou cinco ovinos e caprinos – durante um mês).

Algumas pessoas pensam que as taxas de pastagem são muito baixas, pois estão bem abaixo do custo de locação de terrenos privados. O que elas não percebem é que, geralmente, usam-se mais hectares de terras públicas para o rebanho pastar.

Fazendeiros têm custos mais elevados com o uso de terras públicas do que privadas, pois acabam sendo forçados a fazer melhorias nos pastos do governo (construção e reparação de cercas, desenvolvimento de fontes de água, etc.). Têm, também, de partilhar o terreno com outros fatores como: mineração, florestal, fauna, caça e recreio.

l A pastagem exagerada – Ovelhas podem pastar muito perto do chão e um lote muito grande pode provocar um rebaixamento na pastagem. É necessário ter um bom planejamento para não deixar animais com fome, ou degradação de pastagem. Pastejo exagerado pode levar à perda de vegetação e erosão do solo. Nada como as boas práticas de pastagem.

l Comedoras de plantas daninhas da Natureza – Ovelhas e cabras têm sido muito utilizadas para controlar a vegetação indesejada. Seu uso tem aumentado nos últimos anos, pois os animais são uma ferramenta barata para fazer o controle biológico em áreas ambientalmente sensíveis. Ovelhas pastam principalmente em plantas hérbaceas (plantas com flor) e em gramíneas. Já as cabras preferem arbustos e outros materiais vegetais lenhosos.

l Ervas daninhas – Ovelhas estão sendo usadas atualmente em planaltos e regiões entre as montanhas, para controlar ervas daninhas e invasoras. Muitas ervas daninhas não podem ser controladas por meio de produtos químicos, práticas mecânicas ou culturais, devido ao elevado custo, ou à sua ineficácia relativa. Um exemplo é a eufórbia (Euphorbia esula), uma erva daninha, europeia e asiática que é tão perigosa a ponto de logo transformar extensas áreas em monocultura às avessas, ou seja, prejudicial.

Outra erva daninha perigosa no Ocidente é a Centáurea (Centaurea maculosa). Esta erva daninha invade faixas nativas e ameaça até mesmo áreas intocadas, como parques nacionais. As ovelhas são prontamente liberadas para pastejos em áreas das invasoras, sendo já encaradas como a mais importante ferramenta para combater ervas daninhas. A vantagem é que o lote de ovelhas (ou carneiros) pode seguir, depois, para o abate, garantindo lucro ao usuário.

As ovelhas são utilizadas para consumir a Kudzu (Pueraria montana), uma videira que substitui completamente toda a vegetação que cresce no Sudeste dos Estados Unidos. Até a perigosa Larkspur (Delphinium sp.), venenosa para o gado, é enfrentada pelas ovelhas. que, mesmo não apreciando, conseguem tolerar 3 a 4 vezes mais esta planta nociva, sendo utilizado o controle destas ervas em pastagens.

l Prevenção de incêndios – As ovelhas estão sendo usadas em muitos lugares para reduzir a ameaça de incêndio, como áreas onde a floresta interage com a comunidade urbana. As ovelhas são introduzidas para “rapar” a vegetação. Assim, cria-se um vácuo que irá impedir a combustão, constituindo uma barreira eficaz contra a propagação do incêndio.Este método de redução de incêndio é chamado de a criação de um “fuelbreak” (ruptura de combustão). O objetivo é reduzir a quantidade de combustão e altura da vegetação e criar uma barreira eficaz.

l Melhora na biodiversidade vegetal – Numerosos estudos têm mostrado como ovelhas e cabras, usadas sob condições prescritas, podem ajudar a aumentar a biodiversidade vegetal em faixas ocidentais. Sendo que as ovelhas preferem pastar e dormir em zonas de montanha, longe de regiões úmidas baixas. Assim, o gerenciamento do passtejo é facilitado, preservando as matas ciliares, bacias hidrográficas, áreas de drenagem, etc. Elas são mais fáceis de gerir em áreas de pastagem, onde questões críticas ciliares e bacias hidrográficas são uma preocupação. As ovelhas são uma ferramenta a favor do meio ambiente, quando bem utilizadas.

O nível de gramíneas perenes dentro da comunidade de plantas tende a aumentar, quando as ovelhas pastam na mesma área durante vários anos. Isso porque o pastejo melhora a infiltração de água e reduz a erosão. Planejamento do pastejo é uma grande arma a favor do meio ambiente.

l Melhora no habitat dos animais selvagens – O manejo de pastagem com ovelhas tem aumentado o habitat dos animais selvagens. De fato, o pastejo em momentos corretos, garante que a qualidade e quantidade de certos tipos de vegetação proliferem, ajudando na recomposição do habitat dos animais selvagens.

l As plantações de árvores – Produtores de ovinos no Canadá estão sendo pagos em até US$ 35 por ovelha que eles colocam para pastar em regiões de pastos com árvores recém-plantadas. Este método de pastejo prescrito aumenta a viabilidade das novas mudas de árvores, reduzindo a competição entre gramíneas, herbáceas e ervas daninhas, quanto à água, nutrientes do solo e a luz solar. Ovelhas “treinadas” são usadas também para pastar em vinhedos. O uso de ovelhas, ou cabras, em pomares vem conquistando muitos adeptos no mundo inteiro.

l Pastoreio sob linhas de alta tensão – As empresas de energia estão “contratando” rebanhos de ovinos (e caprinos) para mantê-los pastando sob as linhas de alta tensão, reduzindo a chance de uma faísca começar um incêndio e provocar quebra no fornecimento de energia para as cidades. Embaixo das linhas elétricas cabem milhões de ovelhas.

l Fundo-de-pasto – O pastoreio extensivo de fundo-de-pasto em áreas comuns na Grã-Bretanha é um fenômeno único na Europa, permitindo que o rebanho seja mantido em áreas não cercadas sem pastoreio constante. É muito comum nos países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento. Cada rebanho passa a ter seu próprio território e é auto-limitado para essa área. A quantidade ideal é considerada “um peso”. Assim, cada área tem seu “peso”, ou sua quantidade certa de animais que pode ser suportada. Extensas áreas são divididas em numerosos “pesos”; cada rebanho conhece sua própria área e retorna a ela depois da parição. O sistema de “fundo-de-pasto” (Hefted sheep) é muito importante para manter o ambiente original, ou selvagem. Devido ao surto de doenças, esse sistema quase foi abolido na Europa a partir do ano 2000. O aumento populacional vai liquidando esse sistema, lentamente.

Revista O Berro n163