Consumo de carne ovina dispara e incentiva surgimento de alianças

A ovinocultura brasileira está longe ainda de diminuir o fosso histórico entre o consumo em alta e a baixa oferta de carne. A melhoria na renda das famílias nesses últimos anos reforça a demanda e dita o ritmo do mercado. “Trabalho com 400 matrizes. Se tivesse 5 mil, sem exagero, eu conseguiria vender toda a produção de cordeiros, que é o ovino abatido com até um ano de idade”, diz Otávio Augusto Zancaner, de 28 anos, produtor em Birigui, no interior de São Paulo, principal Estado consumidor.

Zancaner participa de um programa pioneiro do Frigorífico Marfrig, chamado Fomento Ovinos, cujo objetivo é incrementar o volume e padronizar a matéria-prima entregue à unidade da empresa em Promissão, uma cidade próxima dali. Ele e mais outros 30 fazendeiros recebem desde material genético de alta qualidade até assistência técnica de uma equipe e orientação sobre cruzamentos, manejo e gestão dos apriscos. Seguindo ao pé da letra as recomendações, os ovinocultores têm mercado garantido para os animais que engordam e o frigorífico lhes paga ainda um bônus de até 18% pelo cordeiro.

Como o Marfrig, outros grupos que abatem e distribuem carne, entre eles o Baby Bode, da Bahia, fazem parceria com os produtores visando dar um paradeiro à sazonalidade que perdura e é um dos entraves do setor, que sofre ainda com a abundância de matadouros clandestinos. Já o Minerva Foods, que registra expansão nos pedidos de carne de cordeiros, se abastece no Chile e no Uruguai – principal fornecedor do Brasil.

Também em São Paulo, uma experiência inédita do Grupo Savana, que distribui cortes embalados para restaurantes finos, como o Fasano, inova e incentiva a produção do tri-cross, animal que nasce da cruza industrial de três raças (Santa Inês, Texel e Poll Dorset). “Vivemos um período de mudanças, e muitos criadores aceleram a transição entre a genética e a produção comercial, por conta da crescente procura pela carne. Agora que o produto chegou definitivamente aos supermercados e a outros pontos do varejo, popularizando-se cada vez mais, aguardem novidades”, diz Robson Leite, proprietário do Frigorífico Savana, que começou distribuindo quatro tipos de corte e hoje comercializa 52.

Técnicas simples melhoram a produção de caprinos no Semiárido

Pequenas mudanças de práticas na criação de caprinos podem apresentar bons resultados para os produtores do sertão do Nordeste. Um estudo realizado na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em Petrolina (PE), mostra que a adoção de algumas técnicas simples permitem melhores desempenhos produtivos dos animais, o que implica em maior rentabilidade da atividade.

Os experimentos estão sendo conduzido pelo pesquisador da Embrapa Semiárido Tadeu Vinhas Voltolini e pelo médico veterinário Jair Campos Soares, mestrando em Ciência Animal pela Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf). O foco do sistema de produção analisado é a alimentação e o manejo dos animais.

Tradicionalmente na região, a criação de caprinos é praticada de forma extensiva, com a alimentação baseada exclusivamente na vegetação nativa da Caatinga. Segundo os pesquisadores, esta base alimentar é insuficiente tanto em termos de quantidade quanto de qualidade, e a perda de peso provocada especialmente no período da seca compromete o desempenho reprodutivo das fêmeas e o peso das suas crias.

Já no sistema de criação proposto na pesquisa, utiliza-se uma combinação da vegetação nativa e reserva de forragens. “Quando está verde, criamos o rebanho na Caatinga – sem exceder a quantidade de animais alimentados com essa vegetação –, e quando está seco usamos outras estratégias para a alimentação, como a palma, o capim bufel, a pornunça, a maniçoba e a melancia forrageira, a maioria sendo conservada na forma de feno e silagem ”, explica Tadeu Voltolini.

Quanto ao manejo dos animais, uma das principais técnicas adotadas é a estação de monta, em que os machos são mantidos separados do rebanho, e colocados junto às fêmeas somente no período programado para a reprodução. Dessa forma, o nascimento, o desmame e a engorda dos animais podem ser planejados, dando atenção a cada uma dessas atividades – o que representa melhor manejo dos animais em associação com a otimização da mão-de-obra da propriedade.

De acordo com Jair Soares, nesse sistema de produção, o índice de mortalidade das crias foi de apenas 5%, número considerado baixo quando comparado ao sistema tradicional de criação extensiva, que chega a ser superior a 30%. Além disso, a fertilidade das fêmeas alcançou 75%, valor bastante superior ao normalmente encontrado na região. “Com uma alimentação e manejo adequados, a eficiência reprodutiva dos animais aumenta”, explica o veterinário.

Para o pesquisador Tadeu Voltolini, esses são resultados que vão levar a propriedade a ter um melhor retorno econômico. Os dados da pesquisa foram obtidos no ano de 2012, marcado pela maior estiagem das últimas décadas no Nordeste. “Isso mostra que mesmo em um período de seca, técnicas simples fazem grande diferença em um sistema de produção”, avalia.

fonte: ANCO

Profissão de vaqueiro poderá ser regulamentada

Proposta em análise na Câmara regulamenta a profissão de vaqueiro. Pelo texto, é de responsabilidade desse profissional conduzir os animais de modo a garantir-lhes a boa saúde ao longo dos trajetos. Já aos empregadores caberá contratar seguro de vida e de acidente para os vaqueiros.

A medida está prevista no Projeto de Lei 4831/12, do deputado Carlos Brandão (PSDB-MA). Conforme a proposta, o vaqueiro também terá direito à aposentadoria após comprovados 30 anos de contribuição, se homem, e 25, se mulher.

Dentre as atividades relacionadas à profissão, o texto enumera as seguintes: tratar, manejar e conduzir animais como bovinos, bubalinos, equinos, muares, caprinos e ovinos; fiscalizar as pastagens, as cercas e as aguadas; prover consultoria técnica relacionada ao meio ambiente rural; organizar eventos associados aos animais.

De acordo com Brandão, a regulamentação irá beneficiar milhares de trabalhadores e contribuir para preservar as tradições culturais do sertão brasileiro. “Ao realizar suas atividades, o vaqueiro mantém a cultura do vestuário, da gastronomia, da caracterização da região e da literatura cantada”, sustenta.

Tramitação
O projeto terá análise conclusiva das Comissões de Seguridade Social e Família; de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural; de Trabalho, de Administração e Serviço Público; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Inseminação em Caprinos e Ovinos é tema de Minicurso

Alunos do sétimo período do curso de Medicina Veterinária da Universidade Federal Rural do Semi-Árido – UFERSA – promoverão no dias 05 a 09 de março o minicurso “Inseminação Artificial nas Espécies Caprina e Ovina”. O evento é voltado para estudantes e profissionais da área de ciências animais e contará com palestras e aula prática ministradas pelo professor Alexandre Rodrigues e pelos doutorandos e mestrandos do Laboratório de Conservação de Germoplasma Animal – LCGA.

Segundo os estudantes Mikael Lima e Talles Rodrigues da Cunha, responsáveis pela organização do evento, o minicurso tem como objetivo apresentar e aprofundar as técnicas de inseminação artificial em ovinos e caprinos. “Buscaremos passar aos participantes informações sobre o processo teórico e prático sobre esse tipo de inseminação para que se tornem capazes de realizá-la corretamente”, explicou Mikael.

Os interessados em participar do minicurso devem contactar os organizadores pelos telefones (84)8706-8077/(84)8714-1914/(84)9999-7750. O valor da inscrição é de R$ 40 e todos os participantes receberão certificados referentes à carga horária de 20 horas. As vagas são limitadas.

Confira a programação do minicurso a seguir:

Local: Mini-auditório do prédio central, localizado no Campus Oeste da UFERSA Mossoró.

Horário: 18h às 22h.

Dia 05/03 – Palestra sobre Anatomo-fisiologia da reprodução do macho caprino e ovino.
Palestra sobre Anatomo-fisiologia da reprodução da fêmea caprina e ovina.

Dia 06/03 – Palestra sobre Manejo reprodutivo em caprinos e ovinos.

Palestra sobre Manejo sanitário voltado para a reprodução de caprino e ovinos (Prof. Ana Carla).

Dia 07/03 – Palestra sobre Coleta, manipulação e avaliação de sêmen caprino e ovino.

Palestra sobre Tecnologia do sêmen caprino e ovino.

Dia 08/03 – Palestras sobre Controle hormonal do ciclo estral da fêmea caprina e ovina.

Palestra sobre Inseminação Artificial em caprinos e ovinos

Local: Núcleo de Extração de Pequenos Ruminantes, situada no Campus Oeste, na UFERSA Mossoró.

Horário: Das 7h às 11h e das 13h às 17h.

Dia 09/03 – Aula prática de inseminação artificial em caprinos e ovinos.

Produtores do Ceará apostam na criação de ovinos e caprinos

Diante de uma das maiores secas do sertão do Ceará nos últimos 40 anos, a criação de cabras leiteiras e de corte é hoje uma opção viável e rentável para pequenos produtores rurais que formam a agricultura familiar. Em vários municípios do Estado do Ceará, como Tauá, Quixadá, Canindé, Tejuçuoca, Morada Nova, Banabuiú, Itatira, Paramoti e Caridade, a atividade vem crescendo nos últimos anos graças ao associativismo e aos recursos liberados pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social (STDS). Além de ações de campo desenvolvidas pelo Instituto Agropólos do Ceará e Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA), escritórios da Ematerce local e regional, Sindicatos dos Trabalhadores Rurais e Secretarias de Agricultura municipais.

O projeto social de ovinocaprinocultura leiteira e de corte está mudando a vida de muitas famílias de áreas de assentamentos na maioria integrantes do Programa Nacional de Agricultura Familiar (Pronaf).

Conforme o zootecnista da Ematerce de Canindé, Samuel Pimenta, assessor regional responsável pela cadeia produtiva na região, o projeto tem um grande valor social e trará resultados positivos para famílias carentes do semiárido.

“A ideia da Secretaria de Desenvolvimento Agrário, no decorrer das ações, é a distribuição, a todas as famílias beneficiadas, de sementes para reservas estratégicas, entre as quais sorgo forrageiro, feijão guandu e palma forrageira, capacitação para os criadores em manejo alimentar, sanitário e reprodutivo de animais, além da gestão associativa e cooperada”.

Para participar do projeto de cabras leiteiras e corte, os produtores realizaram dias de campo para produção de silagem, feno, ração, mineralização e missões técnicas. “Um fato que nos deixa animados é que, após a entrega dos animais, os criadores já estão ordenhando os animais e se beneficiando do leite caprino. O público-alvo desse projeto são as famílias que participam do Bolsa Família”, acrescenta o secretário de Desenvolvimento Agrário do Estado, Nelson Martins.

Os recursos são da ordem de R$ 2,5 milhões. Na opinião do gerente local da Ematerce de Canindé, Domingos Sávio, a criação de cabras é uma das grandes potencialidades da região. A caprinocultura de corte e leite fortalece a cadeia de segurança alimentar. “Enquanto os criadores de bovinos estão com as mãos na cabeça para salvar seus animais, os criadores de caprinos encontram mais facilidades de conviver com a seca ou estiagem. Nunca ouvir dizer que um bode ou uma cabra venha a morrer de fome ou sede numa seca”, diz.

O prefeito de Canindé, Celso Crisóstomo, lembra que a produção dos agricultores familiares será destinada ao programa Leite Fome Zero. As compras já somam até 5 mil litros de leite caprino por dia a um preço de R$ 1,20 o litro. “Não existe comunidade nenhuma no mundo que consiga sair da zona de pobreza, sem antes apostar na produção do campo, principalmente por meio da agricultura familiar”.

Na sua visão, o leite de cabra é potencialmente tido como um produto de inclusão da agricultura familiar no mercado, notadamente no Nordeste brasileiro, onde a caprinocultura leiteira de base familiar vem se desenvolvendo em larga escala, dando mais uma alternativa de sustento aos produtores.

Celson Crisóstomo lembra ainda que a cabra foi o primeiro animal capaz de produzir alimentos domesticados pelo homem, há cerca de dez mil anos. De lá para cá, sempre acompanhou a história da humanidade, conforme se atesta em diversos relatos históricos, mitológicos e até bíblicos, que mencionam a presença dos caprinos. “A caprinocultura é uma atividade que vem se desenvolvendo muito nos últimos anos. A população mundial de caprinos é estimada em cerca de 609 milhões de cabeças”.

Há registros mostrando que as cabras existem no Brasil desde 1560. Por serem animais de menor porte e mais dóceis, foram trazidos em navios no lugar das vacas para garantir o suprimento de leite das tripulações vindas de Portugal. Pequenas, resistentes e produtivas, as cabras são velhas conhecidas dos brasileiros. Apesar disso, levaram 450 anos para saltar da condição de animal de subsistência para status de espécies comercialmente rentável. Ainda que no Nordeste do País existam raças mestiças extremamente rústicas, criadas há décadas de forma solta no pasto, foi somente no fim dos anos de 1990 que o rebanho ganhou representatividade comercial. O Brasil já se posiciona como 11º maior produtor de leite de cabra do mundo, com mercado estimado em 25 milhões de litros anualmente.

Benefícios 

O leite de cabra chega a ter 30% menos colesterol que o de vaca, além de possuir menor teor de açúcar. Aproximadamente 6% das crianças têm sintomas de alergia ao leite de vaca, que podem caracterizar-se por distúrbios digestivos, corrimento nasal, otites, erupções cutâneas, entre outras alergias.

As partículas de gordura do leite de cabra são de tamanho reduzido em relação ao leite de vaca. Com isso, o leite é rapidamente absorvido, em cerca de 40 minutos, enquanto o leite de vaca demora, em média, duas horas, deixando menos resíduos no intestino, evitando assim fermentação e má digestão. O leite de cabra é uma excelente fonte de cálcio e vitaminas, sendo muito utilizado na ação preventiva e curativa de osteoporose.

Zootecnista informa as vantagens do rebanho 

Canindé. O sucesso do projeto para criar cabras no sertão já pode ser sentido, nos comparativos feitos por Samuel Pimenta. O zootecnista afirma que se os criadores cuidarem da sanidade do rebanho, empregarem novas técnicas de manejo alimentar e reprodutivo, que possibilitem melhorias e qualidade dos animais na ampliação do plantel de maneira uniforme e saudável, todos terão sucesso.

“Com as técnicas adequadas, a redução da mortandade fica praticamente zero e aumento no número do rebanho são comuns”, frisa. Para ele, uma das raças mais adaptadas para a região do semiárido é o Anglo Nubiano, uma raça mista tanto para carne como para leite, a Saaney, onde sua aptidão é leite, além de raças nativas como Canindé, Moxotó, que tem aptidão para produção de carne´´, diz.

“A exigência alimentar dessas raças não é tão grande. Possui excelente desempenho alimentar no ganho de peso e produção de leite. Elas são típicas de regiões semiáridas, onde o índice pluviométrico é baixo, na qual se adaptam bem às condições de escassez de chuvas, se alimentando de pastagens nativas da nossa Caatinga como, por exemplo, leucena, excelente proteína, a vagem da algaroba, feijão guandu, mameleiro, todas plantas predominantes da nossa região´´, explicou ele.

Para mostrar a viabilidade para se criar bodes, Samuel Pimenta faz um comparativo interessante. “Uma vaca de 500 quilos come cerca de 40 quilos de forragem, diariamente, e bebe 50 litros de água por dia, o que equivale de 10 a 12 caprinos adultos durante o dia. A cabra bebe em média 12 litros de água e se mantém com 6 quilos de alimento no mesmo período. “A cabra representa um meio de alimento de sobrevivência e uma saída econômica para muitas famílias do sertão do Ceará”, lembra Samuel.

Exemplo 

A vaca para primeira cria está apta a partir de 3 anos e só pare um filhote dentro da normalidade. Já a cabra está pronta para cobertura a partir dos 8 meses e é comum nascer dois filhotes. “A cada dois anos, aproximadamente, a cabra assegura três crias, a vaca só voltaria a parir depois de um ano. O intervalo entre os partos de uma vaca está na média de 18 meses. A cabra nesse mesmo processo seriam 8 meses”, ensina o zootecnista.

Segundo o profissional da área, com as técnicas aplicadas corretamente, nascem, em média, dois cabritos por ano.

O manejo sanitário implica também o uso correto de imunização, além de aplicar vermifugação de quatro em quatro meses. “Em Tauá, quem cria cabra já aprendeu inclusive a fazer pequenas cirurgias, corte do umbigo e castração, visando prevenir doenças e infecções nos animais´´, lembra Samuel Pimenta.

Para o secretário de Agricultura e Recursos Hídricos de Canindé, Valdemir Amâncio, a grande finalidade do órgão é conscientizar o agricultor sobre as vantagens da criação de caprinos, animal rústico que se adapta com facilidade ao clima do sertão do Estado do Ceará.

Em relação aos bovinos, animais de maior porte e que comem por 12 caprinos, Amâncio salienta que exige mais capital por parte dos criadores para aquisição das matrizes e bezerros, além de mais tempo para a comercialização.

Quanto aos caprinos, o mercado é favorável e a oferta atual sequer atende à demanda regional. “Com sete meses, os caprinos chegam a uma média de 35 quilos e até um ano de idade é o tempo ideal para comercialização, porque a carne está macia”, lembra o secretário.

GOVERNO COMPRARÁ ATÉ 300 MIL TONELADAS DE MILHO PARA PECUARISTAS

Medida provisória (MP) publicada nesta segunda-feira (21/01) pela presidenta Dilma Rousseff no Diário Oficial da União permite que o governo federal compre até 300 mil toneladas de milho em grãos para venda a pequenos criadores de bovinos, aves, suínos e caprinos de municípios da área de atuação da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), que inclui também o norte do Espírito Santo e de Minas Gerais. A medida, em caráter excepcional, também servirá para recompor os estoques públicos. O texto altera uma MP de 09 de novembro de 2012.

A compra do milho se dará em leilões públicos, e as quantidades adquiridas serão definidas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, em conjunto com o Ministério da Fazenda e o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Os três ministérios também decidirão os limites e as condições de venda do grão e a metodologia dos leilões.

Por meio de nota, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) informou que a solicitação foi feita pelo ministro Mendes Ribeiro à Casa Civil, “devido ao estado de calamidade pela qual estão passando diversos municípios nordestinos”.

Segundo o Mapa, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) tem estoque de 250 mil toneladas que pode ser utilizado, de imediato, para beneficiar os pequenos produtores da região. Para adquirir a nova remessa de cereal, a Conab foi autorizada a utilizar, excepcionalmente, recursos da Garantia e Sustentação de Preços na Comercialização de Produtos Agropecuários.

O crédito só é utilizado quando o preço do produto adquirido está abaixo do valor mínimo de mercado estipulado pelo governo federal. A iniciativa deve beneficiar 120 mil pequenos agricultores de aves, suínos, bovinos, caprinos e ovinos cadastrados no Programa de Vendas em Balcão, da Conab.

A MP alterada pela publicação de hoje trata do pagamento do auxílio emergencial financeiro de R$ 320 por família aos beneficiários do garantia-safra afetados por desastres ambientais ocorridos em 2012. O auxílio é pago a famílias que tenham renda de até dois salários mínimos e estejam em municípios que decretaram situação de calamidade pública ou tiveram situação de emergência reconhecida pelo Ministério da Integração Nacional. O pagamento será feito em quatro parcelas mensais, reforçando o garantia-safra, que é de até R$ 560 anuais por família.

Novas estratégias atendem aos pequenos produtores de caprinos e ovinos do semiárido baiano

A Associação dos Criadores de Caprinos e Ovinos da Microrregião de Senhor do Bonfim (Accosb), em parceria com o Sebrae, assinou um convênio com a Secretaria estadual de Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária (Seagri) para assumir a gestão da “Pulmão Verde”, uma área no município de Ponto Novo na qual se cultiva pastagem para caprinos e ovinos. Para garantir impulso a caprinovinocultura, também foi criado o Projeto do Cordeiro do Piemonte.

Segundo o presidente da Accosb, Gaudêncio, o Projeto do Cordeiro do Piemonte foi elaborado com a finalidade de se organizar a cadeia produtiva da carne ovina para que os produtos sejam diferenciados. “O mercado vem exigindo um produto diferente, baseado no tripé qualidade, regularidade e quantidade”. Para ele, o projeto do Cordeiro do Piemonte e a Criação da Cooperativa para o Pulmão Verde é de grande importância na unidade para a criação de caprinos e ovinos, que visa a produzir carne de cordeiro da região “Hoje, caprinovinocultura é referência nacional, especialmente na área de genética. Pensando nisso, o Pulmão Verde é necessário, pois é uma área específica para a produção de alimentos, que servirá de fonte de abastecimento para os períodos de baixa produção de pastagens ou da seca como está ocorrendo agora”.

O Sebrae trabalha em parceria com o Projeto do Cordeiro do Piemonte e produtores desde 2012, realizando consultorias tecnológicas e gerenciais, capacitações e reuniões para o desenvolvimento do Projeto. ”A parceria consiste em organizar um grupo de produtores de caprinos e ovinos para a produção e fornecimento de carne de cordeiro na região. Nos anos anteriores, trabalhamos com o Projeto de Caprinovinocultura e tem dado grandes resultados”, explicou o coordenador interino da Regional do Sebrae de Jacobina, Osório Rebouças.

Pulmão Verde – O Pulmão Verde possui cerca de 100 hectares de pastagens para a produção de feno, que garante a nutrição, fator importante no desenvolvimento do setor pecuário. Conta ainda com pivô central de irrigação, galpão de armazenamento e todo o maquinário necessário.

Projeto Rondon promove oficina sobre criação de caprinos e ovinos em Queimada Nova (PI)

O ano de 2012 não foi fácil para os criadores de bodes e carneiros do município de Queimada Nova (PI). A falta de chuva levou muitos agricultores como Espedito José de Souza a vender seu rebanho para conseguir garantir o sustento de sua família, “das 90 ovelhas que tinha, vendi 70 para garantir a alimentação das 20 que deixei ficar”, conta.

Assim como ele, diversos produtores rurais de Queimada Nova viram seu rebanho diminuir por falta de reserva de pastagem. A pequena cidade com cerca de 8 mil habitantes tem sua principal renda da agricultura de grãos como feijão, milho e da criação de caprinos e ovinos. Essa é a realidade da grande maioria dos estados nordestinos que, segundo dados do IBGE, em 2010, possuía 9,3 milhões de cabras e bodes.

Para garantir a produção do município e estabelecer orientação na prevenção da seca com reservas de plantações para o rebanho, agricultores formaram a Associação de Criadores de Caprinos e Ovinos de Queimada Nova, a Caprinova. A associação, liderada por Valter Rodrigues Coelho, foi convidada pela Secretaria de Agricultura e meio ambiente para participar da oficina realizada por integrantes do Projeto Rondon. Foi desenvolvida uma programação especifica para esses moradores rurais que correspondem a 85% da população do município.

Em pleno domingo (20), até 12h30, a quadra da Escola Estadual Padre Teixeira estava lotada de agricultores da Caprinova que viam na conversa com os rondonistas a possibilidade de melhorar a difícil situação enfrentada todo ano quando a chuva para de cair no sertão.

A frente a oficina, estudantes da Universidade Estadual de Londrina (UEL) iniciaram com um dos pontos que mais tem preocupado o agricultor Espedito, assim como muitos da associação: a alimentação do rebanho.

A estudante de agronomia da UEL, Tatiane Lobak, levou ao público um dos principais cuidados que para preservação do rebanho: planejamento. Segundo ela, uma medida simples como produção de diferentes culturas de plantação podem amenizar as perdas e garantir o alimento dos animais. A rondonista também destacou que sua apresentação tentou se adequar à realidade local. “Não adianta mostrar um produto que não seja viável para a população, então, tentei apresentar materiais de baixo custo e sem necessidades de grandes equipamentos para fornecer alimento para animais.”

Acostumada a estudar apenas sobre bovino, Tatiane também encontrou um desafio para levar um novo conhecimento para os participantes, por isso, aprofundou os estudos sobre caprinos e ovinos. A alimentação dos caprinos da região é feita por plantas típicas como mandacaru, leucena e algaroba.

Quem participou de toda oficina também acompanhou outros temas como preservação do meio ambiente, construção de fossas sépticas e cuidados com o lixo. Para o presidente da Caprinova, a ação dos rondonistas ajudou muito os agricultores. “Foi uma orientação muito boa por parte do manejo dos animais. É muito gratificante”, avaliou.

NZ: cortes significantes nos pagamentos de cordeiros prejudicam produtores

Os produtores neozelandeses estão vendo os preços de seus cordeiros caírem 40% ou mais nas vendas em todo o país, à medida que companhias de carne cortam os pagamentos para evitar as fortes perdas que tiveram na estação anterior.

A maior companhia de carne da Nova Zelândia, Silver Fern Farms, reportou perdas operacionais líquidas após taxas de mais de NZ$ 31 milhões (US$ 25,91 milhões) no ano passado. A maior processadora e exportadora de carne ovina do país, Alliance Group, perdeu NZ$ 50 milhões (US$ 41,79 milhões).

O corretor da Ilha do Sul, Peter Walsh, disse que os exportadores de carne estão tendo que recuperar suas perdas, mas a queda de 40% sobre os pagamentos do ano passado para cordeiros comerciais é um golpe significante aos produtores de ovinos. Ele disse que os preços caíram de NZ$ 7 ou NZ$ 8 (US$ 5,85 ou US$ 6,68) por quilo no ano passado para NZ$ 4-NZ$5 (US$ 3,34-US$ 4,17) nesse ano.

Em 23/01/13 – 1 Dólar Neozelandês = US$ 0,83586
1,19600 Dólar Neozelandês = US$ 1 (Fonte: Oanda.com)

A reportagem é do Radio New Zealand, traduzida e adaptada pela Equipe FarmPoint.